No futebol brasileiro, a troca dos “técnicos” de tempos em tempos, de acordo com a sequência recente de resultados tornou-se uma coisa banalizada. Diante disso vieram as críticas ferrenhas dos formadores de opinião, “comentaristas esportivos”, e etc. A alegação é que os clubes que trocam menos de técnico conseguem melhores resultados. E de que boa parte dos problemas dos clubes é pelo imediatismo na troca do treinador.
De fato, a crítica é válida em muitos casos. Por exemplo, em 2009, quando o São Paulo demitiu Muricy Ramalho após eliminação da Libertadores daquele ano, fazia algum sentido? Futebolisticamente, nenhum. O cara havia ganho os últimos três campeonatos brasileiros pelo clube do Morumbi, mesmo sem ter sempre em mãos muitos talentos. Fez com jogadores medianos um time extremamente eficaz e regular. O resultado da demissão foi o óbvio: Muricy voltou a ser campeão brasileiro em 2010, pelo Fluminense, e em 2011 já acumula os títulos Paulista e da Libertadores. E segue muito bem. Já o São Paulo não ganhou mais nada, e trocou novamente de comandante mais três ou quatro vezes.
Agora, vamos combinar, todo esse discurso politicamente correto não vale para quando a opção escolhida para o cargo é obviamente um grande e absurdo equívoco desde o início! Nenhuma empresa manda embora um diretor que sempre deu bons resultados no primeiro período de baixa, com o mercado enfraquecido… Mas também é verdade que nenhuma empresa minimamente séria e organizada contrata um profissional fracassado, despreparado, e o dá um cargo de alto escalão! E se comete esse equívoco de avaliação inicial, não pensa duas vezes para rever e substituir a diretoria. Imediatamente!
Quando Andrés Sanchez, o presidente do Corinthians, vem a público dizer que “não mando técnico embora”, e que “se o problema fosse treinador, eu já teria tirado”, ele não está sendo um dirigente diferenciado. Ele está, no mínimo, relutante em assumir o erro de sua escolha, que nunca, NUNCA funcionou! Como não poderia funcionar mesmo! O Tite nunca teve sucesso por clube algum! Nunca conseguiu um bom trabalho de longo prazo. E nunca, jamais poderia ser técnico de um clube do tamanho do Corinthians!
Mas, claro, no fundo eu não acredito que o problema do Sanchez seja só erro de avaliação. É que para uma gestão em que “futebol é business”, “futebol é detalhe”, ganhar ou perder, tanto faz…