Depois de ter sido chamado de Alexandre por um colega de trabalho pela segunda vez na semana, não tive como não lembrar de um texto sobre o meu nome que postei no Rapsódia (antigo blog) há oito anos.

Filho de André

(texto originalmente escrito em 28/02/2003)

Meu nome é Anderson, e talvez por eu usá-lo desde que nasci, pra mim é um nome super comum e de fácil pronuncia e escrita. Gostaria até da opinião de meus amigos leitores. É um nome muito complicado é? Pois as pessoas insistem em trocá-lo por qualquer outra coisa, muitas vezes até mais complicado.

Bom, a confusão começou logo quando eu nasci. Meu irmãozinho com seus dois anos de idade achava muito complicado o nome e, com sua simplicidade infantil, passou a me chamar de Nenê. Até aí tudo bem, exceto pelo fato de minha família me chamar assim até hoje e de ainda haver quem faça piadinha sem noção.

Vamos lá, não é tão difícil. AN – DER – SON. Simples.

Hoje mesmo já me chamaram de Anselmo (?) e Wanderson. WANDERSON NÃO!!!! É engraçado que eu ache meu nome tão bonito e a simples inclusão de um W torne-o TÃO ridículo¹. Mas a lista de nomes que usam é grande. Alguns são sonoramente perdoáveis, como Éderson, Adson… Adilson, forçando a barra. Agora, o mais comum deles, ninguém vai acreditar. Por algum motivo que mentes humanas jamais explicarão, pessoas diferentes de lugares remotos têm uma insistência incontrolável de achar que me chamo Alexandre. Valha-me!!!

O engraçado é que eu não gosto de ficar corrigindo. As vezes alguém passa tempos me chamando por um outro nome e só depois é que ficam sabendo que estavam pronunciando errado. Mas quando eu invento de corrigir… Um advogado/amigo/cliente, por mais que eu o corrigisse, me chamava de Alexandre, e me chamaria ainda hoje caso o encontrasse. Assim como quem me confunde com o meu irmão, mas aí o problema é outro, já que André é bem diferente.

Pra vocês, amigos “digitais”, pode ser Andy² mesmo. Mesmo que eu, aqui, pronuncie ândi, enquanto todos pronunciam, até mais corretamente, endi. Sintam-se a vontade, desde que não me chamem de Wanderson*.

Notas

  1. Se alguém aí se chamar Wanderson, ou tiver alguém próximo com esse nome, não leve a mal. Nada contra. Só não gosto pra mim.
  2. Naquele tempo ainda usava Andy, mas depois de um tempo acabei adotando Ândi mesmo, assim já resolve a dúvida na pronúncia.

anderson

4 Responses to “Nem Alexandre, nem Wanderson…”

  1. hehehe… cara… ri muito com o WANDERSON NÃO!!!

    Já estou acostumado em ser chamado de Evandro…

    Agora, minha dúvida (provavelmente eterna) é porque as pessoas insistem em chamar Leandro de Leonardo e vice-versa?!?!

    Abração meu primo!!!

    Até mais…

  2. Hoje conheci seu blog e me deparei com esse texto, que achei incrível por mais que eu entenda na pele como é viver essa crueldade.

    As pessoas insistem em me chamar de Alessandra. Há um tempo atrás, num campeonato de xadrez, precisei de um comprovante de horas para levar no trabalho e, mesmo com meu RG em mãos, os seres humanos foram capazes de escrever “Alessandra”.

    Quando passo e-mails, as pessoas insistem em responder com o nome errado, mesmo estando na minha assinatura o modo correto. Já me acostumei a receber e-mails direcionados a uma tal de Vanessa ou Andreza ou Amanda que, não siei bem, mas as pessoas acham que sou eu. E, bem, eu sei que, de certa forma, sou eu, porque tem toda aquela coisa da gente ser o que acha que é e o que os outros acham que somos, enfim.

    Lendo os dois comentários acima, percebi que isso não é um mal de quem tem nome que começa com A, o que me deixa triste. Acho que deve existir uma explicação racional para isso…

    O resultado é que não ligo mais, não corrijo mais. Mas tomara que nenhum psicólogo me julgue pelas possíveis diferentes personalidades que posso vir a desenvolver em função disso. No melhor dos casos, posso usá-las como espécies de heterônimos, dar uma de Fernando Pessoa e escrever o que eu quiser com vários estilos.

    Desde cedo a gente aprende como é bacana ter um nome de destaque na história, mas acho que isso não serve para as Andressas, só para as Alessandras. Tudo teoria, mas quem sabe, um dia, as pessoas que têm seus nomes trocados possam se unir e mudar a situação. Por um futuro melhor, por um mundo sem nomes trocados. Quem sabe…

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