O Atari deve ter sido o primeiro video game de todas as crianças que hoje tem mais de 30. Foi também o primeiro lá em casa. E era daquele modelo mais clássico, o 2600, até meio feio, mas que na época, nossa! E ganhamos ele até que cedo, provavelmente em 84 (foi lançado no Brasil em 83), então aquele jogo eletrônico era algo incrivelmente novo.
Como o Atari era BOM, e como seus principais sucessores (leia-se Master System e Nintendo) só começaram a surgir no Brasil com força no começo dos anos 90, ficamos com ele por anos e anos. É verdade que quase ganhamos um Nintendo uma vez, mas meu pai preferiu nos dar um brinquedo que era mistura de autorama com ferrorama (que seria a glória para muitas crianças, e certamente foi mais construtivo, mas eu preferia o video game mesmo).
O fato é que depois do Atari, nunca mais tive um video game de verdade. Pelo menos não um console propriamente dito. Isso porque, após muito insistir por algo melhor (mais evoluído, porque melhor é difícil) que o Atari, ganhamos um MSX Hotbit.
Para quem não conhece, o MSX é digamos algo que foi projetado para ser um computador. Tinha saída para drive de disquetes, editor de texto, e etc… Embora quase todo mundo que já teve um na vida usava basicamente para jogar (e é nessa hora que os MSXzeiros mais nerds começam a me xingar, mas não tenho culpa – o negócio aceitava cartuchos, era ligado na TV e vinha com um joystick de brinde!). Então, a partir dali, eu tinha mais que um novo video game: tinha meu primeiro protótipo de computador. E devo dizer que isso teve impacto profundo na minha incursão na área, já que rodar um game em BASIC naquela plataforma nem sempre era coisa trivial.
Como também não foi trivial rodar os primeiros jogos no primeiro PC 386. Não que fosse algo muito mais difícil que digitar no console:
cd \jogos
cd stunts
stunts
Mas em tempos em que não havia Internet e a mídia disponível para compartilhar jogos com os amigos eram maltratados disquetes, e na ânsia por fazer rodar novos jogos, ou na insistência para contornar erros de discos ou senhas embutidas, entre um print aqui e um scandisk lá, já estava absolutamente habituado ao mundo da Computação.
Ao contrário do que eu imaginava, talvez para tentar me consolar por não ter um console poderoso, o mundo dos games não convergiu para os PCs. Mas conquanto houvesse lá pelo menos a série Fifa da Eletronic Arts para sustentar meu vício cada vez mais controlado, não me importava. E assim fiquei pelos últimos quase 20 anos: jogando praticamente só no PC, e basicamente futebol (pelo menos nos últimos 10).
Esse ano, há menos de um mês, já com mais de 30 nas costas e agora com o poder de decidir o que comprar ou não (claro que com algum trabalho de convencimento junto à esposinha querida), me rendi novamente a um console. E não apenas um console, mas uma nova forma de jogar. Fiz do Xbox meu primeiro console desde o Atari, e revivo com o Kinect a mesma admiração ao novo que sentia lá atrás.
Putz Ândi, lembrei de tanta coisa boa da infância lendo esse texto, hehehe, principalmente do:
cd \jogos
cd stunts
stunts
Muito bom, rsrs…
Abraço.
Hehe, sabia que iria se lembrar.
Tinha também o:
cd \jogos\prince
prince megahits
Puro macete.. hehe
Para a felicidade da nação (principalmente a minha!) você comprou um Kinect. 😛 Tudo bem que o jogador para os outros parece um tantã, que vai pra lá e pra cá, mas o mais interessante desse tipo de “brinquedo” é que ele tira as pessoas do sedentarismo! Acho legal pelas crianças que agora vão se mexer ao invés de ficarem atoladas no sofá com cãimbra nos dedos…
Entretanto, por mais que os moderninhos como esse sejam interessantes os “dinos” da infância da gente sempre são mais marcantes… Lembro-me com nostalgia do Mário, do Hércules e até do Tom e Jerry! rs Mas o mais gostoso mesmo é lembrar dos companheiros de jogada, geralmente os primos…
É, o tempo passa… E a gente envelhece muito rápido! rs (e dai fica com dor até no fio de cabelo no dia seguinte de ter jogado o vídeo- game do cunhado! rs)
Hehe, verdade cunhadinha, impossível lembrar dos jogos da infância sem lembrar dos primos! Taí abaixo o comentário do Lê pra provar isso. rs.
E já está na hora de vir “brincar” aqui em casa de novo! 😀
O Atari 2600 era o sonho de consumo de 9 entre 10 crianças (e alguns adultos) nos anos da minha cada vez mais distante infância. Eu tive um Atari 2600S, que não era tão bonito quanto o 2600 e ainda tinha os controles presos no console (o que fazia o vídeogame ficar na assistência técnica toda vez que uma torre ou um botão deixavam de funcionar), mas animou muito o meu pós-estudo até que ganhei o meu Bit System e mergulhei no universo dos 8 bits. Rolou uma saudades dessa época sem aceleração 3D. hehehehe
E sim, Stunts ainda reina supremo!