E = mc²

Tenho ouvido muitas críticas ao atraso em obras de infraestrutura por conta da paralização após escândalos de corrupção no Ministério dos Transportes, o que, dizem, nos fará passar vergonha na Copa de 2014 e nas Olimpíadas de 2016. Curiosamente, as críticas costumam vir dos mesmos que sempre se posicionaram contra à realização desses eventos no Brasil, pois usariam isto como pretexto para superfaturar obras com a “desculpa” de deixá-las prontas a tempo.

O ideal mesmo é que não houvesse corrupção, nem sediássemos estes jogos. Mas dado que não vivemos num mundo perfeito, e que não faltam políticos desonestos, eu fico é satisfeito de ver que estão revendo contratos e afastando corruptos (pelo menos em tese), em detrimento à pressa nas obras. E dane-se Copa e Olimpíada!

Por outro lado, podem pensar, se as obras de infraestrutura, que eram a alegação de “compensação”, não ficarão prontas em tempo, só ficaremos com os ônus? Não que isso seja uma surpresa…

Enfim, tudo uma questão de perspectiva.

Brasil Maior…

Outro caso curioso onde a relatividade define a leitura do contexto é o plano de estímulo às industrias, recém-lançado pelo Governo Federal. Em resumo, vão desonerar as grandes industrias (de alguns setores específicos), isentando-as de pagar uma série de impostos, inclusive os 20% de INSS da folha de pagamento. O plano foi recebido pela grande maioria com animação. Afinal, impostos são demais mesmo, e essa desoneração possibilitará o crescimento do setor.

Mas por que então eu disse que é curioso? Porque em outro contexto bastante discutido recentemente, incentivo fiscal e desoneração era “construí estadio pu Curintia cum dinheiro do povo”

Tudo é relativo, não?

… Mas só para os maiores

O plano de estímulo às industrias não chegará aos trabalhadores. Apesar de a principal medida do plano Brasil Maior ser a redução a zero dos 20% de alíquota do INSS sobre a folha, é importante grifar que essa “redução” incidirá sobre o que as empresas pagam ao governo. Ou seja, aqueles de 8 a 11% de “contribuição ao INSS” vão continuar aparecendo no seu holerite.

Em um grupo de desenvolvedores do qual faço parte, questionaram como esse plano nos afeta, já que a indústria de software é uma das contempladas. Minha resposta foi direta: em nada. A começar pelo fato de a maioria não trabalhar para grandes empregadoras, que são as que receberão tal benefício. A hipótese desse “incentivo fiscal” (ou dinheiro público, depende da perspectiva) chegar ao bolso do trabalhador é apenas de modo indireto. Ou seja, se você pensar que, com mais dinheiro, a industria vai fortalecer e contratar mais gente, os mais capacitados terão um pouco mais poder de barganha, e podem tentar, através disso, melhorar seus salários. Mas é algo pouco provável.

O objetivo primeiro do plano é que o custo final de produção dos setores selecionados caia, aumentando a competitividade dessas indústrias frente ao mercado externo. Mas é como a lenda da redução do IPI para os automóveis, em 2009. Ou seja, apenas um subterfúgio para o governo repassar a grana para “socorrer” (ou financiar) grandes empresas. Ou fazê-las enriquecer mais um pouco.

Pôneis Malditos

Só ontem me apresentaram o video do comercial da Nissan. (Obrigado viu Jéssica? Muy amiga você! :P). Não sei se ando muito distraído em frente a TV, se não passa por aqui, ou sei lá o que…

Mas, tá, agora me expliquem os publicitários: além de produzir a coisa mais pegajosa e irritante desde o “Experimenta!” da Schin, qual foi a idéia dessa propaganda? E essa bizarra continuação na Web?

(Acho que vou sugerir pra Fran desenvolver o assunto no blog dela…).

Caiu como luva

Há sempre escolhas infelizes de atores para papéis que não lhe cabem. Mas este certamente não é o caso de dois exemplos atuais da telinha do plim-lim.

Alguém poderia imaginar uma atriz mais condizente para o papel da vagabunda Natalie Lamour, em Insensato Coração? Eu já havia achado a Deborah Secco a escolha perfeita para viver Bruna Surfistinha, mas Natalie Lamour é ainda mais a cara dela!

Outra escolha que caiu muito bem foi a Alinne Moraes na encantadora Lili de O Astro. A Alinne Moraes tudo bem, mas a Lili… A personagem toca em mim a forte preferência por mulheres suburbanas simples e despojadas.

anderson

7 Responses to “Drops da Semana”

  1. Esse negócio de Copa e Olimpíadas é um pouco superestimado pelo pessoal. São eventos importantes, claro. Só que a infraestrutura de transportes que o Brasil precisa para esses eventos não é muito diferente da que precisa sem eles. Dá a impressão que os turistas chegarão ao Brasil em 2014… Oras, eles já estão aqui, sempre estiveram.

    Mesma coisa para a estrutura dos estádios. Precisamos dessa estrutura não visando um evento de 30 dias, mas o conforto dos torcedores no ano todo,nas demais competições. Enfim, se precisam desse empurrãozinho para fazer algo, que seja. Importante é que as coisas saiam do papel.

    Sobre a redução de IPI… repare que ela acabou há tempos, e o preço dos carros permanece o mesmo. Se ela tiver servido pelo menos para reduzir o patamar de preço dos veículos para o atual, menos mal…

    • Eu me lembro de uma entrevista de uma diretora (ou coisa do tipo) da Infraero falando sobre a expansão dos aeroportos, e ela demonstrou, em números, isso que você disse. Tipo, o que a Copa movimenta representa uma parcela pequena do que já transita hoje de avião no país. O problema é que já está saturado. Resolvendo pra todos, a Copa é o menor dos problemas.

      Sobre o IPI, não serviu pra isso não. Se tiver tempo entre no link que coloquei sobre isso. É um post da época, no meu blog antigo. Na verdade foi mais propaganda que efeito prático.

    • Obrigado. 🙂

      Por falar nisso, hoje enquanto acertava os links aqui, lembrei do “Sem Putaria”. Desistiu? É legal ler vc falando de outros assuntos…

      bjs

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *