Texto escrito para o Mondo Redondo, em 23/11/2003. Um dos meus preferidos dos bons tempos mondanos.

Somos feitos de palha. Quanto mais sabemos, mais ignoramos. Ignorantes, fugimos de tudo que nos exponha ao calor de algo intenso. A chama não nos chama.

Somos feitos de lata. Em todas as situações em que a vida nos permite escolha, a razão prevalece ao coração. Embora sejamos sedentos por amor, por amar, é mais seguro manter sobre nós o guarda-chuva que nos protege do bem e do mal. Não há bonança, mas não há tempestade.

Somos feitos de medo. Medo do novo, do incerto. Medo do fogo, da água, mas sobretudo de nós mesmos.

Somos feitos de pó, e em pó nos resumiremos ao fim.

anderson

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